A Outra Holambra é uma série de minicontos fantásticos inspirados pela cidade, publicado no jornal local. Veja todos os contos ou comece pelo início.
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O cão, que um dia havia sido raposa, balançou o o corpo para se livrar da areia grudada no pelo preto, então disse:
“Você vai mesmo aparecer para a amiga da menina, Roel? Não faz isso. Krampus está a um palmo de mandar arrastar teus tamancos para a sala dele por causa da brincadeirinha com a humana.”
“Krampus é só um velho espinhento”, respondeu Roel, tentando colocar firmeza na voz.
“Espinhos podem machucar, kabouter”, retrucou Reinaerde. Roel só respondeu depois de alguns minutos.
“Um dia, algum animal deixou de comer uma planta porque picava a língua. Assim essa planta acabou desenvolvendo mais e mais espinhos, porque não queria ser comida de bicho.”
“Seu ponto?”
“Às vezes o medo gera espinhos. Mas ninguém abraça um cacto.”
O cão, demorou o olhar sobre o amigo: “E às vezes uma orquídea pode achar que é uma planta de solo e acabar desnutrida no chão.”