A Outra Holambra é uma série de minicontos fantásticos inspirados pela cidade, publicado no jornal local. Veja todos os contos ou comece pelo início.
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Ana quase morreu de susto depois de chutar uma pedra quando o kabouter apareceu ao seu lado perguntando “ei, o que a pedra fez para você?”
Ana bufou, mas Roel reapareceu em tamanho humano no banco da praça. Como ninguém mais o via sumindo assim? Ela sentou-se ao seu lado e contou sobre como Bia estava esquisita, não quis conversar durante o intervalo, foi para a biblioteca, depois não quis sair à tarde, precisava estudar e por que a estava evitando assim?
“Você perguntou para ela? Talvez ela só precisasse estudar mesmo. Podem ser caraminholas da sua cabeça. Até que você explique que quer a sua companhia, ela não tem como adivinhar. É incrível como vocês, humanos, acham que sabem ler mentes.”
“É esquisito”, respondeu Ana.
“É diferente. É uma mudança e isso assusta”, disse o kabouter.
“Eu odeio o seu jeito de se achar que sabe tudo”, ela resmungou.
“Você odeia concordar comigo. Talvez essa frustração seja só o universo falando que tem uma bifurcação na sua frente, e você não sabe que caminho seguir. Ou sabe, mas tem medo.”
“Por que mudar o que está dando certo?”
“Porque não está dando certo. Falando em mudanças, a gente vai ter que mudar. Essa nossa coisinha. Talvez eu seja expulso da colônia logo. Krampus sabe sobre a gente.”
Ana murmurou um “desculpa.”
“Não precisa. Mudanças são sempre difíceis, Ana. Mas algumas valem a pena.”