(A partir de hoje, quinzenalmente, o Jornal da Cidade de Holambra publicará “A Outra Holambra”, uma série de minicontos fantásticos inspirados pela cidade. São pequenos contos fantasiosos que brincam um pouco com o encontro de culturas e folclores de Holambra, acompanhados por fotografias. Baseado em outro projeto meu, “A Outra Irlanda“, mas dessa vez quero brincar com algo um pouquinho mais sequencial. Pretendo reproduzir tudo aqui também.)
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Ana e o kabouter
Nada pior que uma família de capivaras em seu caminho. Ana não tirava os olhos das “dentuças terríveis”, quando tropeçou nas raízes da figueira gigante e se estatelou no chão. Agora o livro estava amassado e Bia ia ficar uma fera. Bateu as mãos na saia, resmungou, então olhou para o homenzinho sentado na mureta adiante.
O kabouter usava tamancos de madeira e chapéu panamá, mas a calça era jeans. Até pareceria humano não fossem as orelhas pontudas. E claro, os vinte centímetros de altura.
“Roel, a seu dispor. Não consigo ajudar com esse livro aí, não. Mas encontro coisas (sua chave caiu ali, embaixo do balanço) e posso fazer o seu pé de manjericão dobrar de tamanho.” Vendo que a menina continuava com cara de sapo, suspirou. “Você não me chamou? Não pediu ajuda? Cada uma que me aparece!”
Ana pegou o molho com chaveiro de unicórnio que de fato caíra embaixo do balanço, mas quando se virou, o kabouter não estava mais lá.