Eu havia prometido para mim mesmo que em março o galpão estaria pronto para abrir. O prazo está acabando, e estou tentando cumprir o prazo, até porque no final de março faremos um evento aqui!
Como sempre, essa newsletter é dividida em partes:
- Atualizações rápidas
- Projetos atuais
- Reflexões sobre valetas e trabalhos subterrâneos
- Evento no Espaço Kabouter
- Recomendações
Vamos lá?
A Vida e o Universo
Criança doente aqui em casa. Nada grave, mas a rotina fica um pouco mais bagunçada, e as noites mal dormidas.
- Li “A vida invisível de Eurídice Gusmão – Martha Batalha”. Muito bom, muito divertido, mas deprimente também.
- Peguei “Casacadabra” na biblioteca, um livro de arquitetura para crianças. Instrutivo, mas pelo livro ser todo ilustrado (sem fotografias), senti falta da materialidade das construções.
- Assistimos IF (Amigos Imaginários) com as crianças, gostei bastante. Bom ver um filme contemporâneo que não tenta ser irônico, que se deixa ser emotivo correndo o risco de ser brega.
- Assistimos ET (o clássico do Spielberg) com as crianças. Continua ótimo.
- Fiz uns testes com o ChatGPT para otimizar a parte de recomendações dessa newsletter. Dando uma sequência de links, pedi para ele devolver os títulos, autores e links formatado em markdown. Fez o trabalho direitinho. Impressionante foi ver que testei com um artigo do meu site, e ele colocou como autor “Rodrigo van Kampen”, mesmo não havendo o meu nome completo em nenhum lugar daquela página (somente em outra página, “sobre mim”).
- Depois parei para pensar no que eu perderia terceirizando à IA esse trabalho braçal de copiar e colar. Percebi que nesse trabalho acabo reforçando na cabeça a relação entre quem-escreveu-o-quê, portanto continuo no copia-e-cola. Agora estou usando uma formulinha de concatenar no Calc pra converter as informações para o formato que preciso.
- É aquele negócio, mudar o processo sempre muda algo além do processo.
- Estou me divertindo fazendo os vídeos do trabalho do Espaço Kabouter. Agora que não estou mais preocupado com a rede social (fazer caber no formato, no tempo), editar isso tem sido prazeroso.
- Muito bom fazer GIFs desses vídeos, a limitação de tamanho, tempo, cores, tudo isso tem sido bacana explorar.
Projetos
A primeira semana foi dedicada a fazer as vigas acima das paredes de BTC para fazer a amarração, assim pude tirar as escoras. Janelões = <3

Uma vez que me livrei das escoras, fiz uma tão necessária limpeza no galpão. Tentei fazer em modo mutirão, chamando alguns amigos para ajudar, mas é a vida, cada um tinha seus próprios compromissos, então fiz com a ajuda da família aqui e não consegui terminar a ponto de fazer uma boa limpeza. Devia ter tirado fotos do antes e depois, mas achei dois vídeos que mostram a diferença.

Essa semana o trabalho foi o de levar água para o galpão. O que consistia em:
- Abrir um buraco para encontrar o cano que liga duas casas aqui onde eu poderia bifurcar o cano d’água.
- Fazer a ligação com o cano que foi enterrado há 4 anos.
- Encontrar a caixa de passagem lá no meio da agrofloresta onde esse cano termina, para colocar uma tampa no final (obrigado, Rodrigo de 4 anos atrás, por ter anotado a localização dessa caixa).
- Abrir uma caixa de passagem cheia de abelhas africanas (amarrei a tampa numa corda comprida e puxei com o trator.
- Fazer uma valeta para enterrar a entrada de água e elétrica no galpão.

Quando consegui fazer água sair aqui, foi só alegria!

O próximo passo é conectar esse cano à entrada de água no galpão e terminar de colar as peças nas saídas do banheiro. E fechar a valeta, claro. Instalada a água no banheiro, vou partir para elétrica e iluminação.
Sobre trabalhos subterrâneos
Estava pensando sobre esse tipo de trabalho que, se fizer direito, a gente nunca nem vai lembrar que está lá, como o de abrir valetas e enterrar canos.
- Sobre como tirar uma touceira de colonião do caminho levou uma hora e meia.
- Se eu não deveria terceirizar esse trabalho. Eu sei, “custo de oportunidade”, sei, “a hora do chefe é a mais valiosa”, mas quando o galpão ainda não dá dinheiro, a conta complica.
- Sobre como é muito mais inteligente usar a física e encher a valeta de água para amolecer a terra antes de continuar o trabalho, do que bater em terra seca.
- Estava pensando em qual é a parte do trabalho necessário, mas invisível, no trabalho como escritor, como artista, como pai… Principalmente como pai. Se a gente faz a coisa direito, a gente não só se torna desnecessário, o trabalho (que é árduo) fica invisível.
Próximos eventos no Espaço Kabouter
Roda de conversa para homens
Este é um evento que participo há pouco mais de um ano, só estamos mudando o local para o Espaço Kabouter.
A Roda de conversas para homens é um lugar para uma conversa terapêutica, um espaço seguro para falar e e ouvir. A sensação que tenho ao sair dessas conversas é de “não estou maluco sozinho”. É nesse espaço, quando posso ouvir outros homens falando de suas dificuldades, que o sentimento de solidão diminui.
Como funciona? Nós sentamos em círculo. Um fala, os outros ouvem, sem julgamento, sem conselhos, sem a necessidade de resolver. Bom demais.

✨ Os Círculos de Homens são momentos únicos onde podemos repensar a masculinidade, compartilhar experiências e ouvir histórias que nos fortalecem.
🗣 Falar em voz alta nos liberta e nos permite expressar sentimentos e pensamentos que muitas vezes guardamos até mesmo de nossos familiares e amigos.
🤝 Vamos juntos construir um ambiente de confiança e crescimento!
📍 Próximo encontro:
📌 Local: Espaço Kabouter, Holambra
📅 Data: 31.Março
⏰ Horário: 19:00 – 21:00
Evento gratuito
(Aceitamos doações de R$ 50,00 para contribuir com o espaço)
⚡ Inscrições com Narayan: (11) 982025236 💡
Recomendações
Como dar vida a uma personagem? – Aline Valek
É uma experiência muito louca. Aquela pessoa não existe. Saiu da minha cabeça. Eu a montei peça por peça, palavra por palavra. E agora tem uma pessoa real, muitas vezes alguém que nunca vi na vida, falando dessa outra, inventada, com tanto entusiasmo e intimidade, comentando sobre suas escolhas equivocadas, contando o sonho que teve com ela, mostrando desenhos que fez dela, que até eu, que sei do truque, da ilusão, sou capaz de acreditar que ela existe mesmo em algum lugar.
A escrita e a máquina: a paixão pelo simulacro – Ana Rüsche
Agradeço, dou um sorriso, mas estou mortificada, mal consigo me mexer. Não pela vergonha. Mas por nutrir um carinho por aquele animal de plástico. Criei uma relação. Concedi um significado. O encanto se quebrou no ridículo. De certa forma, também me tornei um espantalho: parada ali, com o coração triste, desacreditada. (…) O que nos diferencia das máquinas, no fim das contas, se não nossa capacidade de projetar amor em coisas inanimadas?
#83 𝓂𝓊𝓁𝒽𝑒𝓇, não: mulher – hele carmona
De onde vem a ideia de que fontes cursivas e com ornamentos são femininas e que fontes sem decorações e mais pesadas são masculinas?
Como encontrar a aurora boreal – Vanessa Guedes
Daquela vez que você viu a auora pela primeira vez, você arrancou a máscara PF-algum-número-que-apagou-da-memória e sorriu para a câmera que apontava para você, do celular do noivo. Você tinha o pedido em casamento espontaneamente meses antes, em um restaurante qualquer, e fez uma aliança de guardanapo. Ele perdeu a aliança pouco tempo depois e você suspeita que foi de propósito. Mas não importa.
Fiquem bem,
RodrigovK