Alou! Depois de uma semaninha mais gelada, escrevo estas palavras com as mãos já um pouco mais quentinhas. O bom é que entramos na temporada oficial de quentão, bolo de milho e queijadinha!
Na newsletter de hoje, algumas atualizações banais, próximos eventos do espaço, recomendações e uma reflexão: qual é a sua promessa?
Bora?
A vida, o universo
- Vimos “Monstro Adolescente” com as crianças, bem bacaninha. É aquele negócio, ser adulto é se identificar mais com os pais do protagonista.
- Tenho assistido o anime Frieren, estou fascinado pelo ritmo da série. As coisas acontecem devagar, a gente passa um tempão acompanhado cenas banais. As lutas se resolvem em 15 segundos.
- A proposta de deixar o celular em preto e branco não durou muito tempo. Estava ficando irritado com o tempo que eu levava para encontrar o atalho para os aplicativos como o mapa ou o Spotify no celular.
- Tenho lido pouco e jogado Stardew Valley demais. Eu sei que é fase, uma hora eu enjoo, mas que joguinho simpático para desanuviar a cabeça.
- Pensando em arrumar um contêiner para guardar as madeiras que não tenho muito onde colocar no espaço. Não sei como se compra isso.
- Hoje é meu aniversário, e aniversários são difíceis.
- Estava programando um curso de construção com bambu para o final de julho no espaço, mas conversei com o professor para adiarmos para agosto ou setembro. Estou sobrecarregado, não vou conseguir fazer a preparação e divulgação direito. Mas vai rolar.
Próximos eventos no Espaço Kabouter
- 09/06 – Círculo de homens – Roda de conversa
- 15/06 – Oficina de Tijolo Ecológico
- 21 a 25 de Julho – Programação Férias + Maker + Artes

Qual é a sua promessa?
Semana fria por aqui, e nosso galpão no Espaço Kabouter é aberto. Estava choramingando para esposa que eu me sentia mal por não receber bem as pessoas, que aquela parede para bloquear o vento já devia estar pronta para dar mais conforto e a copa com o cafezinho que ainda…
“Calma, Rodrigo. Já está rolando.”
A velha mania de olhar para o que falta, em vez de agradecer pelo que já é.
Mínimo produto viável é o conceito, no mundo da tecnologia, de construir o seu produto (site, serviço) em sua forma mais básica que atenda a necessidade do cliente, para colocá-lo no mundo logo, obter o feedback e trabalhar em cima do uso real, não de um cliente imaginado.
O objetivo é evitar polir demais um produto que não interessa a ninguém, ou que precisa mudar muito para ser realmente útil.
Um teto e um banheiro. Essa era a versão do galpão que eu precisava para a inauguração. O “pronto” mesmo vai demorar. Mas como está em uso, isso orienta a construção das próximas etapas, com base nesse uso real do espaço.
Preciso lembrar disso porque a angústia da sensação de não estar bom o bastante é real. Talvez porque eu enxergue a construção desse espaço como um grande projeto artístico. Talvez porque na minha mente esteja bem claro tudo o que pode ser ali.
Se todo artista tem uma visão, e labuta para executá-la, sempre existe uma lacuna entre o ideal e o que se realiza. É nesse vão que existe o espaço para melhoria, para a descoberta, para a Arte, mas esse vão também pode te devorar, um vão cuja língua de cobra diz “você não é bom o bastante”.
Nessas horas, uma âncora ajuda. Minha âncora é uma promessa.
A promessa é que, a cada mês, o espaço vai estar um pouquinho mais incrível. Pode ser uma parede a mais, uma porta, uma janela que foi instalada, uma planta a mais, uma escultura num cantinho.
Desde que o espaço abriu, em um mês foram feitas três portas e quatro painéis de bambu trançado, além de um tanque de apoio para lavar peças e pincéis, além das manutenções de estrada, grama, etc.



Foco demais no futuro é ansiedade, faz bem retornar à promessa.
Mas essa promessa tem que ser algo possível, no seu controle. Gosto mais dessa palavra do que “meta”, que parece discurso de coach uma estaca lá na frente. Promessa é processo.
Não dá pra prometer ter um livro publicado por uma editora, porque o mercado editorial é uma coisa de louco (e que depende de um tanto de sorte). Mas dá para prometer escrever um tanto por dia, que seja 15 minutos ou meia hora.
É melhor prometer ir para a academia três vezes por semana do que prometer um abdômen sarado ou tantos quilos de peso.
E aí vem a parte da autocompaixão, ou autocuidado. Você pode imaginar um chicote estalando nas suas costas (se você curte esse tipo de coisa), mas vale a pena? Você não é uma máquina, vai falhar. Tudo bem, hoje você não escreveu, não foi na Yoga, não aspirou a casa, porque estava muito frio e tá tudo bem. Amanhã começa de novo.
Volta e meia preciso me lembrar que o espaço não vai estar pronto em três meses. A promessa é um pouquinho melhor a cada mês. Iteração. Inclusive está no seu DNA ser um espaço em eterna construção.
Já está rolando.
Uma árvore não cresce em quatro anos.
Recomendações
How to write with the Devil’s hand – Mike Monteiro
I talk to a lot of designers stuck in large organizations who think there’s something wrong with them because the system they’re stuck in is making them miserable. And they try their best to make it work, which only results in more misery. Child, if I couldn’t change what hand I write with to get on almighty God’s good side, you’re not gonna change how your brain is to work at Lyft.
Ana Rüsche – Ana Rüsche
Colocar o desejo dentro desse abismo, por si só, já é um tanto sedutor, criando uma busca necessária, fazendo com que se possa abrir a outras experiências. E o que não é o flerte, senão correr riscos?
Navigating by aliveness – Oliver Burkeman
Still, I know it when I feel it. And I definitely know it when my misguided efforts to exert too much control over reality cause it to drain away. And so an excellent question to ask yourself – when you’re facing a tough decision, say, or wondering if you’re on the right track – is: “Does this feel like it’s taking me in the direction of greater aliveness?”
Handmade Animations from the Chat – Erik Winkowski
Uma curadoria de animações simples, bacanas, criativas. Um respiro de arte manual. Só assiste, me agradece depois.
