Alou! Algumas novidades rápidas, e algumas recomendações que se acumulam por aqui:
Crianças voltaram para escola. E de repente eu tinha oito horas inteirinhas para trabalhar, escrever e dar jeito na vida!
Li “Salmo para um robô peregrino” (Becky Chambers), “Flores para Algernon” (Daniel Keyes) e “Floresta é o nome do mundo” (Ursula Le Guin). Recomendo demais os três, mas o primeiro está fazendo casinha na cabeça. Precisando pegar algum nacional agora.
Tempo demais sem escrever. Cabeça não anda boa. Pelo menos o trabalho físico não acaba nunca, muita coisa para colocar em ordem no Espaço Kabouter.
Falando em Espaço Kabouter, terminamos o telhado, banheiro está nos finalmentes. Já começo a me organizar para inaugurar o espaço.
Tenho refletido sobre o que a gente coloca na internet, o que é melhor contar para um amigo compartilhando um sorvete, um café ou uma caminhada. Muitos pensamentos do segundo tipo, e menos do primeiro.
Estou de saída do Substack. Se tudo der certo, essa é a última newsletter enviada por aqui. Motivos variam: além de estar com o pé fundo no acelerador rumo a enshitificação, além dos donos darem plataforma pra fascista, também quero fazer mais em termos de newsletter, tanto minha quanto do Espaço Kabouter. Ainda decidindo para onde vou.
Apaguei um monte de foto antiga do Instagram. Não faz sentido a Meta ter tanta coisa assim da minha vida.
Apaguei todos os conteúdos que ainda estavam online em meu antigo blog. Tinha coisa pra lá de 2010, que não faz mais sentido hoje. Dei uma olhada nos textos do Viver da Escrita. Nada incrível, mas tem coisa útil, vai ficar online mais um tempo.
Revisei os conteúdos do rodrigovk.com.br. Apesar da maioria ser irrelevante, alguns textos ainda me dão orgulho, como “Um passarinho de cada vez“.
Algumas recomendações
Traições, covardias e as escolhas que fazemos (Desnorteando)
Ferdinando – sim, foi dele que herdei o nome – não tentou negar. Admitiu a traição com naturalidade, como se fosse direito dele ter uma amante. A avó ameaçou. Sairia de casa se ele não deixasse a outra. Voltaria para Araraquara, onde vivia a família dela. Levaria as crianças. O avô escarneceu. Naqueles tempos, mulher separada não tinha acolhimento nem na própria família. Ela que fosse embora. Ele ficaria com as crianças e ela acabaria na rua, sozinha.
Can Chivalry Survive Without Gender?
Chivalry doesn’t need gender, but it will always need power. I believe chivalry can and should have a 21st century renaissance, so long as the gender roles aren’t rigid, and the power play is sexy, consensual, and flexible. Like the power dynamics of a partner dance: someone leads, the other follows.
Sobre o que escrever quando tudo vai bem? (Virginia Valbuza)
Nem tudo precisa ser especial o tempo todo. Nem tudo precisa ser inesquecível, imperdível, incrível ou qualquer outra coisa do tipo. É justamente aí que as experiências ganham mais espontaneidade e intenção, e é isso que faz com que elas sejam importantes e significativas.
Making Hospitals (Adam Wilson)
If the culture is sick, perhaps we must make hospitals by unlocking our doors to the possibility that only the strangest strangers carry the most potent medicines. If the culture is dying, that means now is the time we must create the stories that the ones who come after us will tell, while gathered ‘round the table with neighbors and strangers—the stories they will lean on when the going gets rough.
The Cat in the Tree: Why AI Content Leaves Us Cold (The Convivial Society)
This unassuming act of human creativity presented itself as the inverse of the AI music video. That video was the product of an immensely complex and costly apparatus, yet it yielded no warmth of feeling and little if any abiding satisfaction or pleasure. This painted cat was the product of simple and inexpensive tools, yet it yielded genuine delight and, perhaps more significantly, a sense of companionship.
Por fim, um conto:
A mata chama de algum lugar – Melissa de Sá
Malina correu no escuro. Nos dormitórios do subterrâneo a iluminação era quase inexistente à noite. Tateou na escuridão, sentindo a espessura do ar, guiando-se não só pela memória da luz do dia, quando aquele labirinto fazia parte da sua rotina, mas pelo cheiro da terra, que ia diminuindo à medida que chegava no lance de escadas correto.
Até mais,
RodrigovK